Já imaginou fazer uma trilha de madrugada para ver o nascer do sol do alto das montanhas?
Nesta aventura, levamos você para conhecer o famoso Peito do Pombo, localizado em Arraial do Sana, um vilarejo do município de Macaé, no Rio de Janeiro. Foram 4 horas de subida e mais 4 horas de descida, totalizando 16 km em 9 horas de caminhada. Cada etapa apresenta diferentes níveis de dificuldade, mas o esforço vale cada segundo.
Se ficou interessado, assista ao vídeo completo no YouTube!
Informações sobre a trilha
- Distância: 16 km (ida e volta)
- Duração: 9 a 10 horas ao todo (incluindo subida e descida)
- Nível de dificuldade: Difícil, com travessias por córregos de água em meio às pedras, solo danificado pelas chuvas e animais e momentos muito íngremes que exigem escalada leve.
O plano
Todas as pessoas que vão para Arraial do Sana comentam sobre a desafiadora trilha para conhecer o Peito do Pombo. Eu e Nina não queríamos perder essa experiência. Foi aí que conheci o Bruno e Camila, no Camping Beira Rio, em Arraial do Sana, onde passamos alguns dias acampados. De cara fizemos uma amizade muito legal e mantemos o contato até hoje.
Vale destacar que o Bruno já havia feito a trilha outra vez, e por isso nos sentimos seguros para subir sem o acompanhamento de um grupo. Caso você não tenha companhia para fazer a trilha, recomendo ir com um grupo, e aqui vai uma dica valiosa: Entre em contato com o Liniker Fraga através do perfil @trekkingsanarj. Liniker foi um amigão que fiz por lá, e ele leva grupos de diferentes tamanhos para conhecer o Peito do Pombo.
Os preparativos
Para encarar essa trilha, é recomendado ir com um calçado forte e confortável, e eu sugiro também levar um chinelo para a volta. É importantíssimo também levar boa quantidade de água, coisinhas para comer no caminho, e lanternas. O trecho final da trilha é super escuro por conta da mata mais fechada. Leve mais de uma opção de lanterna para não correr o risco de acabar a bateria/pilhas.
A primeira etapa é de caminhada
A primeira etapa foi a mais tranquila, cerca de uma hora de caminhada leve até o primeiro “checkpoint”. Nosso plano foi seguir um caminho de GPS que o Bruno tinha baixado no Strava. O vale ao redor era maravilhoso, mesmo de madrugada.
Parada na Casa do Zézinho
Na semana anterior, conheci um senhor chamado Zezinho, de 70 anos, que mora em uma casa sem energia elétrica no meio do vale. Ele nos recebeu com um café e contou que todos os materiais de construção foram trazidos de mula devido à inacessibilidade da área. Sim, imagina essa cena. Logo do lado da casa de Zezinho existe uma nascente de água cristalina. Era maravilhoso.
Trechos Escorregadios e Erosão
Voltando à trilha, tinha muito esterco de cavalo no chão, era um verdadeiro campo minado, hahaha. Seguimos atravessando uma segunda porteira e um pequeno córrego. Passamos por áreas onde o solo estava erodido pela chuva e pelos animais. O chão estava seco e escorregadio, tornando a caminhada mais desafiadora.
Desafios da Segunda Parte da Trilha
O solo ficou ainda mais íngreme e coberto por raízes de árvores. Em alguns momentos, parecia uma escalada, segurando nas árvores para se puxar. Erramos o caminho duas vezes, mas a Nina, com seus olhos brilhando no escuro, nos conduziu de volta à trilha correta. O segredo é não entrar em pânico!
Nascer do Sol no Topo
O trecho final exigiu contornar uma pedra enorme e enfrentar subidas com corda. Nina foi a primeira a chegar ao topo, claro. Chegamos ao topo às 4:30 da manhã, e o sol começava a aparecer no horizonte. Dois grupos grandes de pessoas já estavam lá. Ver o sol nascer lentamente no horizonte foi extraordinário. Fizemos algumas imagens aéreas e apreciamos a mudança de iluminação do nascer do dia.
Misticismo do Peito do Pombo
O Peito do Pombo está rodeado pelas três “pirâmides do Sana”, que são montanhas realmente em formato de pirâmides. É impressionante imaginar como as pedras do Peito do Pombo foram se posicionar dessa forma, encaixadas, formando de fato uma figura. Ficamos cerca de 50 minutos lá em cima, apreciando a vista. Fiz imagens aéreas com o Drone também. Foi incrível.
Desafio da Descida
Pra falar bem a verdade, acredito que a descida foi mais difícil do que a subida. O solo era íngreme e escorregadio. Nina encontrou caminhos alternativos, mostrando sua habilidade. Todos nós já bem cansados. Os pés, joelhos e dedos começavam a doer.
Bruno escorregou e caiu no chão duas vezes. Eu consegui cair de cara uma vez também, uma hora que a Nina passou voando do meu lado e me empurrou. Paramos várias vezes para hidratar, tirar os calçados, descansar um pouco.
Chegada ao Fim da Trilha
Chegamos de volta ao camping por volta das 10:40 da manhã, completamente exaustos, sem bateria nos celulares. Essa trilha noturna foi desafiadora, mas recompensadora. Cada passo valeu a vista e a experiência. Super recomendo!