Do Rio Grande do Sul à Bahia: Os Primeiros 5.000km de Viagem

Oi amigos!

Hoje compartilho com vocês um pouco dos destaques que vivenciamos nessa primeira fase viajando pelo Brasil.

Para os curiosos: saímos de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e passamos por alguns estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo até chegar na Bahia.

Viajar pelo Brasil tem sido a experiência mais transformadora da minha vida.

Hoje, felizmente, posso compartilhar com vocês que alcançamos a marca dos 5.000 km rodados, com nosso carro já marcando 182.000 km no hodômetro. Desde o início, reiniciei o contador de quilometragem para acompanhar nosso progresso.

Sobre o nosso carro-casa: um Subaru Forester

Estamos viajando em um Subaru Forester 2011, o modelo XS, com motor Boxer. Comprei esse carro em 2021 pelo valor de R$ 44.000. No momento da compra, o carro tinha 163.000 km rodados, mas senti que estava em excelentes condições. Gastei cerca de R$ 5.000 a R$ 6.000 em manutenções preventivas, o que casou perfeitamente com o investimento de R$ 50.000,00 que eu estava disposto a fazer naquele momento.

Um pouco sobre a história da Subaru

Para quem não conhece, a Subaru foi uma das primeiras marcas automobilísticas japonesas, fundada em 1953. A marca se tornou famosa pela performance de seus carros em competições de rally, destacando-se pela tração integral nas quatro rodas e uma excelente posição para dirigir.

Uma Revolução na Indústria Automobilística

Em 1972, a Subaru lançou o Leone 4×4, o primeiro carro de produção em série com tração integral permanente no mundo. Essa inovação revolucionou a indústria automobilística, abrindo caminho para novos modelos e conquistando um lugar de destaque para a Subaru no mercado de SUVs.

Inspiração para a Transformação

Sempre gostei de viajar e acampar em meio à natureza, o que me levou a pesquisar sobre todos os tipos de transformações em veículos. Encontrei várias referências de pessoas que adaptaram seus próprios Subaru Forester nos Estados Unidos e na Europa, como a Alisson Anderson, uma criadora de conteúdo canadense que viajou bastante com um Forester. Com base nisso, decidi que seria possível viver dentro do carro com algum conforto.

E como foi a transformação?

Foram três meses de trabalho para concluir a transformação do carro. Comecei com rabiscos no papel, tirei todas as medidas possívels, depois passei tudo para um software de websdesign chamado Figma. Ao longo do processo fiz também uma lista enorme com todos os itens desejados e, aos poucos, fui construindo o nosso carro casa 🙂

Aqui vai uma dica importante para quem quer fazer algum móvel de madeira:

Todos os móveis que eu já desenhei e produzi até hoje, utilizei madeiras encomendadas pela Madelei, uma madereira super reconhecida por qualidade e bons preços em Porto Alegre e região.

De forma resumida, acredito que as grandes modificações que fiz no carro foram essas:

  • Retirei os três bancos traseiros;
  • Montei uma estrutura de madeira com dois gavetões e uma cama;
  • Instalei uma geladeira portátil e um esquema de tomadas;
  • Criei um armário para roupas e outros itens

Custos de Transformação

Foram aproxidamente R$ 7.000,00 de investimento para transformar o carro. Eu sei, pode parecer muito, mas quando a gente começa a pesquisar mais sobre o assunto, percebemos o valor de cada item de acampamento. Só pra vocês terem ideia, sabe aquela barraca de teto que a gente vê nos carros? Uma dessa custa em torno de R$ 12 mil reais. Por conta disso, eu acredito que o meu investimento de R$ 7 mil valeu super a pena 🙂

Aqui os detalhes pra vocês:

  • Madeira: R$ 2.000
  • Colchão sob medida: R$ 1.000
  • Geladeira portátil: R$ 1.600
  • Toldo retrátil: R$ 1.800

Um ponto positivo é que não gastei nada com mão de obra, pois fiz tudo eu mesmo, com a ajuda do meu pai. Se você tem a possibilidade de fazer própria transformação no seu carro, faça! Felizmente meu pai tem algumas ferramentas na garagem, e isso possibilitou encarar essa transformação.

Nesse vídeo te mostro como fiz o projeto de transformação:

Desafios na Estrada

Pra mim, dirigir é a parte mais tensa da viagem. É o momento em que estamos mais vulneráveis. Andar devagar é o primeiro item da lista de segurança. Procuro manter sempre uma baixa velocidade média, constante, de 80 km/h no asfalto e 40km/h em estradas de chão. Até agora, não tivemos nenhum problema mecânico, mas a estrada pode sempre nos surpreender.

Condições das Estradas

De Porto Alegre a Vitória, dirigimos principalmente por estradas asfaltadas. Na Bahia, enfrentamos trechos de chão batido para acessar praias como Cumuruxatiba, Caraíva e Trancoso. Estas estradas podem ser complicadas, com buracos e pedras, exigindo mais atenção.

Dificuldades com GPS

Uma das maiores dificuldades foi chegar a Caraíva, onde me perdi por estradas de terra, resultando em um trajeto 70 km mais longo. Conhecer as características das estradas baianas, como a BA-001, pode ajudar a evitar esses contratempos.

Aspectos Negativos de Viajar

Viajar constantemente pode ser exaustivo. Estamos sempre em movimento e incertos sobre o que encontraremos nos novos lugares. Um momento negativo foi em Búzios, em um hostel chamado Eco Palace Hostel. O Hostel em si era super legal, um casarão com portas e janelas enormes, muitos ambientes comuns e bastante natureza na volta.

O ponto negativo era o dono, que mantinha uma música alta o tempo inteiro sem necessidade, tratava mal os hóspedes, e em especial: tratava mal os voluntários e pessoas que trabalham por lá.

E os acampamentos?

Encontrar lugares adequados para estacionar e acampar pode ser difícil, muitas vezes dependemos da boa vontade das pessoas. Em Caraíva, encontrei uma pousada com um terreno vazio onde poderia estacionar e acampar, pagando uma diária pequena.

Em Itacaré, tive que acampar em uma barraca, o que foi cansativo e menos prático do que dormir no carro. A chuva molhava tudo à noite e por fim, aluguei um apartamento para maior conforto e privacidade.

Aspectos Positivos de Viajar

Viajar proporciona muitas experiências positivas. Conhecemos belezas naturais, lugares novos e pessoas diferentes. Um dos pontos altos foi a passagem de Ano Novo em Itaúnas, com suas dunas impressionantes e praias lindas.

Benefícios de viajar sozinho

Viajar sozinho permite flexibilidade e um aprendizado diário sobre nós mesmos. Sinto que temos mais tempo para refletir e fazer o que realmente desejamos, embora alguns momentos sejam mais solitários. Pelo fato de ter a Nina, sinto que a nossa rotina de caminhadas mantém um senso de normalidade e conexão com o ambiente em que estamos. Isso é super positivo.

Conhecendo pessoas e lugares diferentes

Conheci muitos outros viajantes, como uma colombiana com um gatinho e um casal de franceses. Esse compartilhamento de experiências é enriquecedor. Visitei muitos destinos que não teria conhecido de outra forma, como o litoral do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Cada local tem uma beleza única e suas próprias características.


Em suma, essa jornada de 5.000 km pelo Brasil tem sido uma mistura de perrengues e paraísos. A estrada nos oferece momentos inesquecíveis e um grande crescimento pessoal. Se está pensando em viajar, lembre-se de se preparar bem e estar aberto às surpresas do caminho. Viajar é uma experiência enriquecedora, cheia de aprendizados e descobertas.

Se preferir, assista ao vídeo completo no YouTube 😉

Nando Martins

Nando Martins

Designer por formação, filmmaker pela prática. Um criador de conteúdo nômade compartilhando a experiência de viver viajando pelo Brasil. Amo compartilhar conhecimentos sobre audiovisual, e sonho um dia construir minha própria casa de madeira.